Está cada vez mais comum, observarmos nos restaurantes, pessoas de uma mesma família, sentadas à mesa, sem conversar entre si, cada uma olhando seu celular, respondendo sua rede social ou conversando com alguém que acabou de ligar. Certamente, elas repetem o procedimento que têm, diariamente em sua casa!
Psicólogos, têm manifestado preocupação com este fato, pois há necessidade de um equilíbrio entre o uso da tecnologia e a convivência “olho no olho”, especialmente no ambiente familiar. Muitos pais “mergulham” neste mundo virtual, quando usam seu celular como “babá” de seus filhos menores. Ao crescerem, as crianças já estão tão “dependentes”, que parecem “viciados” nas telas.
Estamos criando uma geração, que está se acostumando a viver de forma “ensimesmada” e individualista. Cada vez menos, sabem desenvolver uma conversa… pois só querem “teclar”… de preferência, palavras “reduzidas”, como fazem nas mídias sociais (blz; wow; d+). Desconhecem, cada vez mais o seu idioma, substituindo-o pela língua do mundo digital.
Durante a pandemia, muitas famílias foram ‘forçadas’ a passar mais tempo juntas em casa, compartilhando refeições, dividindo horários e espaços para conciliar trabalho, estudos e lazer. Embora nem tudo tenha sido perfeito e alguns tenham se sentido insatisfeitos, a necessidade de agir em comum acordo prevaleceu. Então, por que não continuar adotando essa mesma cooperação agora?
Cada família tem seus compromissos e seu ritmo. Há momentos, que não será possível ter uma refeição em comum. Mas, se ao menos uma ou duas vezes na semana, conseguirem fazê-lo, terão grandes ganhos na convivência familiar.
Vantagens da refeição em família
Não é à toa, que a cultura de muitos países, têm a “tradição” das conversas familiares, à mesa! É nela, que as notícias do dia são passadas, que comentamos nossas dificuldades, que solicitamos ajuda… Contamos os nossos medos, ou falamos sobre a vida sentimental na vida dos filhos…
Os pais, servem como “moldes” aos seus filhos, em quase tudo! Tanto no que é bom, quanto no que é mau! É à mesa, que os pais podem dar exemplos práticos, de valores como: falar a verdade, honestidade, incentivo ao estudo, trabalho, justiça etc. Inclusive na boa educação, como: esperar sua vez, os mais velhos primeiro, comer de boca fechada, entre outras.
À mesa, a amizade familiar é desenvolvida. As “melhores” piadas são contadas e há aquelas piadas “sem graça”, que rimos – só para não “perder o amigo” que a contou! Tudo isso, fica em nossa memória, desde crianças. Depois, quando somos adultos, relembramos e damos risada! Tudo isso faz parte da nossa “história familiar”!
Algumas famílias se tornaram “tão sérias”, que ficaram chatas e engessadas! Seriedade é boa (quase sempre na vida, precisaremos dela), mas quando é “exagerada”, torna-se destrutiva! Uma boa forma de “equilibrar” a seriedade exagerada, é ter um toque de “bom humor” – pois ele nos ajuda a sermos flexíveis.
Agora, pense em alguns momentos da sua infância, em que aconteceram conversas tensas, que foram “interrompidas” por boas risadas… Lembrou? Possivelmente, a situação aconteceu… numa refeição, feita com outros familiares!
Famílias saudáveis, não são perfeitas – trabalham seus relacionamentos, para serem melhores a cada dia. A correria e o estresse do dia a dia, têm afetado a saúde de pessoas e famílias. As refeições em família, que estão se tornando uma ‘raridade’, são momentos preciosos que precisam ser resgatados. Que tal começar por você? Já planejou a sua próxima refeição em família?
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Autor: Sergio Leoto
– pastor e missionário da SEPAL e do Ministério Fortalecendo a Família
@sergioleoto; @casal.leoto