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POR QUE NOS REUNIMOS?
Antes de estudarmos mais profundamente o assunto “Louvor e Adoração”, devemos fazer uma análise sobre qual tem sido o OBJETIVO PRINCIPAL das reuniões, em nossas Igrejas. Por que nos reunimos, nos dias marcados para atividades com os irmãos? O que vamos fazer lá? Algumas respostas, seriam parecidas com estas:
- “Vou, porque quero ouvir o sermão do pregador”, ou então
- “Gostaria que Deus solucionasse alguns dos meus problemas”, ou então
- “Creio que é lá que vou buscar alimento espiritual e me abastecer para o resto da semana”.
Todas estas respostas, são legítimas e mostram muita sinceridade de coração. É claro que Deus poderá nos falar através do pregador, ou nos dirigir em meio aos problemas, bem como nos “abastecer” espiritualmente para a semana. MAS O OBJETIVO PRINCIPAL DE NOSSAS REUNIÕES, NÃO DEVE SER O DE IRMOS “BUSCAR”, MAS SIM O DE “OFERECER” ALGO AO NOSSO DEUS!
Respostas como as que vimos, acontecem normalmente pela falta de informação bíblica, sobre o PROPÓSITO de Deus para o homem :
- Fomos CRIADOS PARA LOUVAR e engrandecer a Deus (Ef 1:12 “a fim de que nós, os que primeiro esperamos em Cristo, sejamos para o louvor da sua glória”; Is 43:21 “ao povo que formei para mim mesmo a fim de que proclamasse o meu louvor”).
- Devemos APRESENTAR A DEUS um culto racional (Rm 12:1 “Rogo-vos pois, irmãos, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”).
Muitas vezes, nossa intenção nos cultos não é apresentar-nos a Deus, mas sim esperarmos que o Senhor se apresente a nós, através da oração, leitura bíblica, mensagem, músicas apresentadas e hinos que cantamos. É evidente que Deus se utiliza de todas essas formas, para falar aos corações e nos levar a tomarmos atitudes. Mas Ele quer que nos apresentemos para que OFEREÇAMOS LOUVOR e não simplesmente, para que RECEBAMOS ALGO.
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COMPARAÇÃO ENTRE O TEATRO E O CULTO
O filósofo dinamarquês, de origem cristã, Soren Kierkegaard, fez uma comparação muito interessante entre as atividades do TEATRO e do CULTO. O teatro tem uma plateia, que assiste a peça representada pelos atores, que são atentamente auxiliados pelos contra regras (que fazem com que os cenários sejam mudados, as roupas estejam prontas, auxiliam no texto etc).
Kierkegaard diz que no Culto de uma Igreja, o trabalho dos atores, seria comparado ao do povo de Deus, que vai oferecer-lhe adoração; o trabalho dos contra regras, pode ser comparado ao das pessoas que lideram o culto, como o pastor, o coral, o conjunto, pois seu trabalho é auxiliar e conduzir a adoração dos atores (o povo presente), da melhor forma possível. Mas está faltando uma analogia: a quem Kierkegaard comparou a plateia? Ele diz que na Igreja, a plateia que assiste atentamente é o próprio Deus!
Ah ! Se analisássemos alguns cultos que prestamos … São tantos os líderes que querem ser as “estrelas”, invertendo os papéis, ocupando o lugar dos atores (povo adorador), agindo na prática como se o papel da adoração fosse só deles… São tantas as pessoas que agem como plateia, crendo que sua função é “assistir um bom culto” e ficar criticando os pequenos defeitos (conjunto que errou, o pastor que demorou no sermão etc), esquecendo que nossa verdadeira plateia é Deus (e Ele tem o poder de reconhecer “muito cantor afinado”, que não O está adorando por tentar esconder uma “vida desafinada” aos olhos do Pai)!
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A PROCURA DE DEUS
A Bíblia nos dá muitas informações, sobre a vontade de Deus quanto ao nosso Louvor e Adoração. Mas a passagem de Jo 4:1-30, que conta a história de Jesus com a mulher samaritana, traz conceitos importantíssimos. O texto mostra um encontro casual, onde Cristo estava cansado de andar e parou no poço de Jacó, na cidade de Sicar, em terras de Samaria. Ele esperava seus discípulos, que estavam comprando comida. Este texto mostra muitos preconceitos que foram quebrados por Jesus, como:
- Os judeus não passavam em Samaria, pois consideravam que era a terra de pessoas impuras – Cristo sabia que o evangelho precisava ser pregado ao mundo inteiro. Não só andou, como conversou com pessoas e ficou dois dias por lá (v. 40);
- Jesus falou com a mulher – não era comum um homem conversar com uma mulher, a menos que fosse alguém da sua família;
- Falou com alguém de Samaria – os líderes religiosos consideravam-nos impuros. A origem do povo samaritano, foi a união de uma parte do povo de Israel, com nações que não criam no Deus de Judá. Estes povos trouxeram religiões e deuses pagãos, com doutrinas erradas, que se misturaram com algumas das doutrinas judaicas. Formaram uma religião abominável, impossível de ser aceita pelo verdadeiro judeu.
- Ensinou uma mulher – a cultura da época, desprezava o ensino de mulheres – Jesus não só conversou, mas ensinou-a tranquilamente.
A conversa começa, porque o Senhor pediu que a mulher lhe desse um pouco de água. Mas em poucos minutos, o assunto se aprofundou trazendo revelações impressionantes, tanto para a mulher samaritana, quanto a todos os que leram estes fatos, muitos anos depois. Uma das maiores revelações que é trazida por esta passagem: DEUS PROCURA ADORADORES!
Jo 4:23-24: “No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”.
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VERDADEIROS ADORADORES
Deus poderia ter criado robôs, que o louvariam continuamente e de forma absolutamente perfeita. Mas por que não o fez? Ele queria pessoas com “inteligência” (e não animais irracionais), que O buscassem de livre e espontânea vontade, de forma verdadeira e não por “pressão“ ou “obrigação”.
O Senhor criou o ser humano, segundo a Sua própria “imagem e semelhança” (Gn 1:26, 27) e só depois de criá-lo, disse que tudo o que havia feito era “muito bom” (Gn 1:31). Deus fez o homem, para que pudesse ter comunhão com ele. O Senhor está ansioso por aprofundar a amizade conosco!
Ele quer maior comunhão, com aqueles que O temem (Sl 25:14 “A intimidade do Senhor é para os que O temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança”). O Criador não procura “adoração”, mas sim “adoradores” – gente que é comprometida, consagrada e dedicada a render-lhe adoração. A adoração vem como consequência de nossa comunhão com Ele.
O verdadeiro adorador é aquele cujo coração busca ser íntimo de Deus. É aquele que busca andar coerentemente com os princípios da Palavra, fugindo de viver uma “vida dupla” (com cara de “santinho” na Igreja, mas no dia-a-dia vive como o diabo gosta), coisa que Deus abomina (Is 29:13 “O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu …”).
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EM ESPÍRITO E EM VERDADE
Jo 4:24 : “Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”.
O que será que Jesus quis dizer com este “adorar em espírito e em verdade”? Algumas coisas nos vêm à mente, como por exemplo:
- Não podemos adorar a Deus, na força da nossa “carne”, mas sim com o espírito: Muitas pessoas desconhecem a verdadeira adoração, por crerem que adorar é apenas “montar uma programação perfeita”, ou então “ser o melhor cantor, para receber os elogios de todos”, ou ainda “dar uma palavra, visando ser considerado um ‘super espiritual’ “. Quem age com esta mentalidade, ainda não entendeu o que é adorar !
- Adorar em espírito e em verdade, implica em buscar a Deus de todo o nosso coração : Deus nos garantiu que O acharíamos, ao buscá-lO de todo o nosso coração (Jr 29:12-13 “Então vocês clamarão a mim, virão orar a mim, e eu os ouvirei. Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração”). O rei Davi entendeu muito bem este fato e escreveu Salmos lindos, contando este fato :
- Sl 111:1 “Aleluia! De todo o coração renderei graças ao Senhor, na companhia dos justos e na assembleia”.
- Sl 138:1-2 “Render-te-ei graças, Senhor, de todo o meu coração; na presença dos poderosos te cantarei louvores. Prostrar-me-ei para o teu santo templo e louvarei o teu nome, por causa da tua misericórdia e da tua verdade, pois magnificaste acima de tudo o teu nome e a tua palavra”.
Marcos Witt, em seu livro “ADOREMOS”, comenta que a expressão “adorar em verdade” traz quatro deduções importantes:
- Jesus está ensinando que, ao adorar, é importante usar o entendimento (1Co 14:15) – (…) Precisamos adorá-lo com base no conhecimento que já temos dEle. Assim, fundamentamos nossa adoração, nas verdades que sabemos sobre Deus e desse modo O adoramos “em verdade”.
- Essa expressão significa adorá-lo conforme as verdades, princípios e normas estabelecidas em Sua Palavra, a Bíblia – Há pessoas que parecem ter “descoberto” novas maneiras de adorar ao Senhor. Se porém elas não estiverem alicerçadas na Palavra, podemos então, afirmar que não são corretas. (…)
- A expressão significa também, adorar ao Senhor com sinceridade, integridade e pureza de coração (…) é necessário que tiremos as máscaras que ocultam nossa realidade e dessa maneira adoremos o Senhor com sinceridade. Apesar de a sinceridade não ser o único ingrediente de uma verdadeira adoração, é um dos mais necessários. Quando nos aproximamos de Deus, devemos ir com o coração puro, íntegro e sem máscaras. A “verdade” de nossa vida deve manifestar-se, quando estamos em Sua presença.
- Para adorarmos “em verdade”, temos de fazê-lo através dAquele que é a Verdade : Jesus (Jo 14:6) (…) Em Cl 3:17 lemos: “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”. No livro de Hebreus, aprendemos que Jesus é nosso sumo sacerdote (Hb 8:1-6) e que ele “se assentou à destra do trono da Majestade nos céus (…)”. Temos que adorar por meio de nosso sumo sacerdote – Jesus Cristo. Em 1Tm 2:5, Paulo diz: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (Marcos Witt, “Adoremos”, pág. 74 a 76, Ed. Betânia).
CONCLUINDO:
As reuniões que temos com os irmãos, devem ser MOMENTOS DE CELEBRAÇÃO. São tempos de festa, momentos de gratidão, diante de muita reflexão sobre nossa vida com Deus, mas sempre HORA DE OFERECER ADORAÇÃO. Nós somos os “atores” e a nossa “plateia” é o próprio Senhor!
Deus está a procura de adoradores. Mas Ele não quer “qualquer tipo” de adoradores e sim os “verdadeiros adoradores”. Como já vimos, o verdadeiro adorador é aquele está ansioso por desenvolver diariamente com o Senhor, um relacionamento íntimo, de comunhão, de aprofundamento de amizade.
Sua comunidade está necessitando uma “revolução na adoração”? Ela começará através da compreensão sobre o que é adorar a Deus, pessoa por pessoa. Gradativamente, irão tornando-se “verdadeiros adoradores”, com atitudes e experiências tão bonitas, que contagiarão a muita gente.
A “revolução na adoração”, quando é feita nos moldes corretos, acontece “pessoa por pessoa” (ou seja, é algo individual e não fruto de manipulação coletiva) e de “dentro para fora” (ou seja, nossa intimidade com o Senhor, motiva outras pessoas a fazerem o mesmo). Como está a sua vida de adoração? Decida-se agora a desenvolver uma intimidade cada vez maior com o Senhor!
(Extraido da Revista “Cultivando um Coração Adorador”, Sergio e Magali Leoto ,Ed. Z3 Ideias: www.z3ideias.com.br)
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