Dificilmente encontraremos um casal que se une, nutrindo o pensamento de se divorciar. Especialmente quando são pessoas verdadeiramente comprometidas com o Senhor Jesus. Mas o tempo passa, problemas surgem, erros são cometidos, o pecado e a intolerância prevalecem e os divórcios têm acontecido, com frequência cada vez maior. Se o divórcio fosse bom, não seria tão detestado pelo Criador: “Deus odeia o divórcio” (Ml 2:16).
Muitas destas separações, descritas pelos cônjuges como “inevitáveis”, na verdade poderiam ser evitadas. Motivos “frágeis” e egoístas, aparecem com frequência cada vez maior, como justificativa de um rompimento. Homem e mulher estão tão feridos pelos desentendimentos, estresse e mágoas por ataques pessoais, que quase não pensam no efeito desastroso que o fim de um casamento pode gerar em seus filhos.
As implicações e consequências de um rompimento conjugal são numerosas. Além do desgaste físico e emocional vivido pelos próprios cônjuges, são afetados também os que lhes são mais próximos, como: familiares, amigos, igreja, etc. Poucos sofrem tanto com a separação, como sofrem os filhos – especialmente quando são pequenos.
A literatura especializada na área de Psicologia, aponta que é grande a possibilidade de sintomas negativos em filhos de pais que se separam, como: melancolia, depressão, baixo índice de aprendizado, dificuldades de confiar ou em se relacionar com pessoas, distúrbios de fala, hiperatividade, violência, baixa autoestima, entre outros.
Estes efeitos, podem e devem ser minimizados pelos pais, pois a forma como as crianças são afetadas nas separações, está intimamente relacionada à forma de como se dá o rompimento. Quanto mais “equilibrado” for o processo de separação, menores serão os efeitos negativos sobre os filhos. Menores, mas nunca “inexistentes”.
O professor Dave Riley, da Universidade de Madison, EUA, dividiu os grupos de divorciados em dois: os que se tratavam civilizadamente e os que viviam em conflito. Os filhos dos primeiros iam bem na escola e eram tão saudáveis emocionalmente quanto os filhos de casais ”estáveis”. Os do segundo grupo tinham mais problemas, mas em proporção semelhante à dos filhos de pais casados que viviam brigando. Segundo ele, são cinco os fatores que podem prejudicar as crianças do divórcio:
1. Se o pai ou a mãe ”desaparece” após a separação.
2. Se as crianças passam por dificuldades econômicas.
3. Se o número de irmãos é muito grande (fica mais difícil cuidar de todos).
4. Se o adulto que tem a guarda ou algum dos filhos sofre de depressão prolongada.
5. Se o divórcio faz a criança se afastar de sua rede de amigos e parentes – por exemplo, mudando de cidade. (fonte: Revista Época no. 349, “Filhos do Divórcio”).
A terapeuta Maria Teresa Maldonado, diz que hoje o estudo de família não trata mais os filhos de pais separados, como problemáticos em potencial. ”Qualquer organização familiar, de casal casado ou separado, pode ser harmônica ou desarmônica. O que determina isso é o nível de conflito”, afirma. Claro, não é sempre que tudo vai às mil maravilhas. Muitos pais e mães separados, costumam verbalizar sua raiva do ex-cônjuge na frente da criança e às vezes, tentam destruir a imagem do outro para o filho. ”Nesses casos, a criança vive o chamado trauma da deslealdade, em que se sente obrigada a tomar partido de um dos pais. Isso, sim, afeta sua autoestima e segurança”, diz. (Época, idem).
Algumas formas e orientações que podem ajudar a lidar com os filhos no divórcio e separação, são citadas por vários psicólogos e incluem:
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Mesmo que os filhos tenham assistido a brigas dos pais, na hora de comunicar a separação, deve-se manter a calma. Os dois juntos, devem se reunir com os filhos, para informá-los da decisão.
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Faça as crianças compreenderem que não foram elas que provocaram a separação.
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Explicar às crianças as razões para a separação, usando o bom senso como guia.
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Deixar claro que continuarão a ser pai e mãe, apesar de não mais estarem casados. Mostrem sempre respeito um pelo outro.
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Deixe a criança expressar os seus sentimentos sobre a separação. Filhos que agem muito tranquilamente à decisão, muitas vezes escondem seus verdadeiros sentimentos, o que pode ser prejudicial num futuro próximo.
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Fazer com que avós, tios ou outros adultos de confiança, também conversem com as crianças sobre a separação, pode ajudar.
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Não minta ou retenha informações da criança, pois compreender os fatos, irá ajudá-la na elaboração e na adaptação que se fará necessária.
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Seja sensível às reações da criança e transmita segurança. Demonstre amor e compromisso para com elas. Perceba o comportamento da criança e considere que este comportamento, deve estar adequado à sua fase de desenvolvimento.
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A escola e outros lugares onde as crianças exercem atividades, devem ser informados da separação, para que observem possíveis mudanças de comportamento.
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Permita o tempo necessário, para que a criança se adapte à nova situação da separação.
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Ajude a manter as crianças nas rotinas habituais.
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Determine a guarda, baseada em uma decisão racional, que atenda as necessidades e os melhores interesses das crianças.
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Não é bom discutir questões, como dinheiro ou regras de visitação, diante das crianças, especialmente se houver algum tipo de discordância sobre o assunto. É recomendável debater essas questões em outro momento.
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Mantenha contatos regulares, entre os pais e os filhos ausentes.
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Não espere que um filho vá preencher o lugar do pai ou da mãe ausente.
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Não altere o amor dos filhos ou a lealdade, para com o outro progenitor.
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Não peça à criança, para tomar partido contra o outro progenitor.
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Não digam coisas más, sobre o outro progenitor.
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Não tente comprar o afeto da criança, com brinquedos ou passeios.
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Não utilize as crianças como mensageiros ou questionando-as, sobre o outro progenitor.
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Dedique um tempo sozinho com cada criança, para que ela se sinta como um indivíduo especial.
Ao leitor que está divorciado, estes conselhos são “cuidados obrigatórios”, pelo amor que se tem aos filhos. Mas aos leitores que ainda não se divorciaram, servirão de “alerta”. Casais em dificuldades, podem e devem buscar ajuda.
Já existem conselheiros matrimoniais, pastores e psicólogos cristãos especializados neste tipo de aconselhamento. Aquilo que parece “muito difícil”, torna-se mais tranquilo quando uma pessoa experiente (que já ajudou vários casais, com o mesmo tipo de problema), ouve a vocês e os ajuda.
Pensem em vocês, mas pensem muito mais naqueles que são fruto do amor que tiveram, quando tudo estava bem – seus filhos! Cedam um pouco mais, tentem um pouco mais, busquem ajuda um pouco mais – a saúde física, psicológica e espiritual de seus filhos está em jogo! Vocês verão que vai valer a pena!
Autores: Sergio e Magali Leoto
Literatura indicada: “Ajudando os filhos a sobreviverem ao divórcio”. Autor: Archibald D. Hart Editora Mundo Cristão
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