“Eu não entendo você! Sempre essa cara triste, mesmo quando eu faço o que você quer! Está tudo bem entre nós?”, diz o marido. A esposa cabisbaixa responde: – “Tudo certo! São coisas minhas…”.
Esta conversa tem se tornado cada vez mais comum, na vida de muitos casais. Só que a verdade é que “não está tudo bem!”. A prova é que conselheiros conjugais, pastores e psicólogos têm presenciado uma quantidade cada vez maior de cônjuges que chegam à separação, por não perceberem o descontentamento que existe no coração da outra pessoa. Isto vai se acumulando, acumulando, até explodir numa sequência de eventos mais à frente.
Uma boa comunicação necessita de duas coisas: 1. Saber ouvir; e 2. Falar adequadamente. Mas existe a constatação de que muitos homens têm dificuldades em expressar seus sentimentos. Sendo assim, é razoável supor que eles também tenham problemas em ouvir os anseios do coração do próximo. É por isso que muitas esposas reclamam que seus maridos não as ouvem!
Uma coisa é certa: se não ouvi-la e nem deixá-la falar, as palavras permanecerão na mente da mulher, que ficará imaginando coisas. Ela pensará o pior e tudo isso se voltará contra o marido. Portanto, é melhor escolher o caminho da comunicação e compreender o coração um do outro.
O que é ouvir o coração? “É fácil ouvir o coração do outro! É só pegar um estetoscópio e colocar no lado esquerdo do peito”. Não estamos falando de medicina! Nossa intenção é que as pessoas aprendam a se comunicar e caminhem para uma real intimidade. Cada pessoa pode expressar necessidades, sentimentos, desejos, expectativas, gostos, sonhos e crenças próprias. Simplesmente ser ouvido, sem prejulgamentos ou preconceitos, em um clima favorável, no qual cada um procure entender o ponto de vista do outro, com compreensão e respeito.
Na verdade, foi isso que ocorreu quando o casal se conheceu e conversando muito, foram aos poucos abrindo seus corações um ao outro, até decidirem que deveriam chegar ao passo do casamento. Só que este “abrir de coração” nunca deve parar! Tem que continuar por TODA a vida! Infelizmente, nem sempre isso acontece!
Àqueles que são nossos melhores amigos, nós permitimos certas “ousadias” que não permitimos a qualquer pessoa comum, como por exemplo: fazerem avaliações negativas sobre nós. E quando eles as fazem nós não gostamos mas respeitamos, pois sabemos que estes amigos nos conhecem há muitos anos e falaram o que precisávamos ouvir, tentando nos ajudar.
Oras! Se ouvimos nossos melhores amigos, por que não ouvimos as observações feitas pelos nossos próprios cônjuges, que escolheram viver conosco pelo resto de suas vidas e tem todo interesse em que nos tornemos seres humanos melhores? Temos que ouvi-los! Veja o que diz Proverbio 27: – “Como o ferro com o ferro se afia, assim o homem ao seu amigo” (v.17); -“Leais são as feridas feitas pelo que ama; porém os beijos de quem odeia são enganosos” (v.6).
Quando Magali e eu completamos 25 anos de casados, participamos de uma atividade onde tivemos que responder as questões do livro “Fortalecendo seu casamento através da mentoria” do nosso amigo David Kornfield. Tinhamos que dar notas um ao outro, em diversas áreas do casamento e depois verificaríamos nossas respostas.
Eu dei notas maravilhosas para a Magali e para mim mesmo! Claro que para ela eram as melhores e para mim um pouquinho mais modestas (só um pouco). Mas quando eu olhei as notas que a Magali havia dado ao meu procedimento em cada área do casamento, meu mundo caiu! Ela só me deu notas baixas!!! Parecia que estávamos em casamentos diferentes!
Ao discutirmos cada questão (“por que você me deu esta nota?”), descobri que não faltava amor entre nós, muito pelo contrário! Mas sobrava irritação a ela, pelo meu jeito de fazer as coisas, de resolver os problemas, de deixar as coisas para resolver depois, e ela foi falando, falando, falando…, e continuamos falando por nove horas seguidas!! Aquele dia eu entendi o que era “ouvir o coração da minha esposa”! Nossa amizade se aprofundou como nunca. Eu cresci como marido, como pai e como ser humano. Creio que minhas notas hoje, seriam bem melhores!
Adquirir uma comunicação mais profunda, sendo capaz de abrir o coração e ouvir o outro, não é uma tarefa tão simples. É necessária habilidade e inteligência emocional. É preciso aprender certas regras e treiná-las.
Há casais que se amam, são bem-sucedidos profissionalmente, conquistaram bens materiais juntos como uma casa, um carro etc, porém são muito ruins na comunicação verbal. Não conseguem discutir um assunto divergente; não sinalizam equilibradamente ao outro quando algo que não lhe agrada foi feito; não mostram suas vontades e seus gostos livremente. Ao contrário: nesses momentos utilizam manipulações, reclamações, críticas ou o silêncio. O modo de se comunicar deve ser alvo de constantes avaliações para que haja crescimento e se possa medir se o relacionamento está saudável.
Cada cônjuge deve tomar consciência de como está a sua atuação dentro do relacionamento. Sentir-se culpado não resolve o problema. É preciso corrigir o que está errado e manter uma atitude de revisão e aprendizado constante. Avalie-se periodicamente e responda com sinceridade:
– Meu jeito de agir tem complicado ou facilitado a convivência entre nós?
– Estou causando satisfação ou insatisfação?
– Estou promovendo afastamento ou aproximação?
Aprendemos com o sábio rei Salomão em Eclesiastes 3:7 que há “tempo de calar e tempo de falar”. Isso reforça a ideia de que há o momento de silenciar para ouvir o coração do outro e, depois, responder aos seus anseios. A sabedoria está em saber qual é o tempo certo de cada atitude. Porém, quando for o momento adequado da resposta, que este seja o desafio do casal: “O seu falar seja sempre agradável e temperado com sal, para que saibam como responder a cada um” (Colossenses 4:6).
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