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DEUS É CRIATIVO
A criatividade do nosso Deus é maravilhosa! Ao olharmos as diferentes formas e cores das flores, os diferentes tipos de animais, os diferentes tons que “pintam” cada alvorecer e entardecer, percebemos este fato. Como o Senhor é criativo ao valorizar as diferenças, conseguindo com elas a graça, a beleza, mas mantendo algo importantíssimo: a harmonia.
Mantendo esta mesma atitude, Ele criou os seres humanos, à Sua imagem e semelhança. Os homens são limitados e falhos, mas têm algumas características que o Senhor não quis dar a nenhum dos outros animais. Ele agiu assim, porque os homens seriam os responsáveis em cuidar de toda a Sua Criação, conforme o Gênesis descreve. Os seres humanos têm esta capacidade de serem criativos e imaginativos, com gostos, maneiras de agir e de pensar diferentes uns dos outros. As manifestações de arte, são uma prova disto: seja através da pintura, da música, do teatro, temos variadas “obras” e também variados “estilos”.
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POVOS DIFERENTES ADORANDO UM MESMO SENHOR
Tais diferenças também se manifestam na forma de cultuar ao Senhor. Irmãos em Cristo de diferentes países, muitas vezes têm costumes diferentes de adorar a Deus. Até mesmo quando estão em um mesmo país, como o nosso, onde convivem descendentes de europeus, asiáticos e africanos, temos Igrejas cristãs que manifestam seu culto ao Senhor, com a criatividade de seus povos. Deus recebe as diferentes formas de adorar, de maneira “harmônica”, como um “cheiro suave” agradável a Ele.
A forma ou o estilo do culto deve ser o veículo adequado, para conduzir o adorador a um encontro real com Deus. O ideal é juntar a forma com a expressão interna do coração, procurando ter o máximo de coerência com a verdade revelada na Bíblia, sobre a pessoa e a vontade de Deus. Neste ponto é que podem surgir diferenças na forma de adorar, até mesmo entre pessoas de uma mesma etnia, raça ou nação.
Alguns sentem que o estilo mais adequado para expressar o seu louvor, é através de uma determinada forma, sendo que outros preferem algo diferente. Todos buscam uma forma de culto adequada ao seu desejo de adoração, mas através de estilos diferentes. O Senhor recebe a ambas de maneira harmônica, como “cheiro suave”. É simplesmente maravilhoso saber que nosso Soberano Deus, que sonda todos os corações, receberá aquele culto que for praticado realmente em “espírito e em verdade”.
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CULTOS COM ÊNFASES DIFERENTES
Dr. Russell Shedd, em seu livro “Adoração Bíblica” (Ed. Vida Nova, pág. 9), apresenta algumas formas de culto utilizadas por cristãos de várias denominações, em diversas partes do mundo. O interessante é que cada forma, tem sua ênfase em alguma área. Uma mesma Igreja, pode apresentar em momentos diferentes, várias destas formas :
– O culto com liberdade de expressões emocionais – que o autor chama de “carismático”, com manifestações sonoras, visíveis, mostrando atitude dos adoradores em relação a Deus. Tem a livre participação dos que cultuam, através de gestos, movimentos corporais, gritos de aleluia e cânticos espirituais.
– O culto que prioriza a pregação, o ensino e a exortação – denominado pelo Dr. Shedd de culto “didático e pedagógico”.
– O culto de agradecimento a Deus – que o livro chama de “eucarístico”. Valoriza o espírito de gratidão ao Senhor, por meio da Ceia do Senhor.
– O culto com ênfase na evangelização – chamado de culto “kerigmático” (vocábulo grego “kerigma” quer dizer: proclamação). As diversas partes do culto são direcionadas a quem ainda não se entregou a Jesus.
– O culto que visa o serviço social – denominado “diakonal”. As boas obras, a caridade, os atos de compaixão em favor dos que sofrem, passam a ser uma expressão de culto ao Senhor.
– O culto de comunhão – no livro, o nome é “koinoniático” (do grego “koinonia”, que quer dizer “comunhão”). O culto concentra-se no cuidado dos membros, na ajuda mútua, na preocupação pelo amadurecimento pessoal e espiritual.
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CONHECENDO DIFERENTES ESTILOS DE CULTO
Paul Basden, no seu livro “Estilos de Louvor” (Ed. Mundo Cristão, pág. 40) detalha cinco estilos de culto, entre os mais utilizados por diversas Igrejas cristãs: o Litúrgico, o Tradicional, o Avivado, o de Louvor e Adoração e o Facilitador. Vamos estudá-los a seguir.
a) O CULTO LITÚRGICO
O culto litúrgico é sem dúvida, o mais tradicional de todos os estilos. Igrejas que o praticam, afirmam que as raízes deste estilo, vêm desde a Igreja Primitiva e da época Medieval. Valorizam muito a reverência, a contemplação e a majestade devidas a Deus. Utilizam músicas eruditas, muito bem tocadas ou cantadas.
Geralmente são cultos extremamente bem planejados e completamente estruturados. Não há espaço para improvisações e descontrações, fora do programado. Seguem a liturgia à risca, pois creem que a ordem, a perfeição dos detalhes, a excelência da execução, glorificarão ao Senhor da Criação.
“O propósito do culto litúrgico é levar a igreja a se curvar diante da glória transcendente de Deus, ou seja, louvar o poder e a grandeza divina. (…) O estilo litúrgico é importante para todos os cristãos que creem que o objetivo da adoração é curvar-se diante da santidade de Deus, em reverência e ordem. Traz ao adorador um profundo senso da majestade de Deus. Ele atrai o adorador à grandiosidade e a glória de Deus”. (Op. cit., pág. 58).
Algumas bases bíblicas, utilizadas por praticantes deste estilo: Sl 46:10; Sl 29:2; Sl 95:6; 1Co 14:33,39.
b) O CULTO TRADICIONAL
Apesar de ser menos formal que o estilo litúrgico, o culto tradicional também, segue uma ordem planejada e estruturada. Músicas eruditas são utilizadas, mas são mescladas com cânticos congregacionais menos formais, que são selecionados por ritmo e letra.
Gratidão e pregação são os tópicos que predominam na adoração tradicional, o que sugere que o principal propósito desse estilo é levar a congregação a agradecer a Deus por Sua bondade e ouvi-lO falar pela Sua Palavra.
“O culto tradicional oferece aos cristãos a oportunidade de apresentar a Deus um louvor estruturado e ao mesmo tempo tocante. Esse estilo continua na preferência de muitos cristãos, porque busca incluir reverência suficiente (…) e a informalidade adequada (…). Seu maior destaque é fornecer um meio termo para aqueles que não gostam nem do estilo litúrgico, nem do avivado”. (Op. cit., pág. 69).
Algumas bases bíblicas, utilizadas por praticantes deste estilo: livros de Colossenses e Efésios, nos quais são enfatizados os ensinamentos de Cristo e o canto congregacional – Cl 3:16; Ef 5:19-20
c) O CULTO AVIVADO
Caracterizado pela informalidade, entusiasmo, pregação empolgada, buscando levar o pecador perdido ao Deus de misericórdia. A adoração leva o ouvinte a perceber que Deus está entre os adoradores, disponível (Emanuel é Deus conosco Mt 1:23). Geralmente a ordem do culto é planejada e estruturada com antecedência, mas aberta a improvisações.
“O estilo avivado, destaca a oferta de salvação que Deus faz em Jesus Cristo, a todo aquele que crer. O ponto crucial é como casar o apelo evangelístico com o louvor a Deus; como unir o convite do Evangelho e a adoração centralizada em Deus. (…) O culto avivado mostra que esse casamento pode existir”. (Op. cit., pág. 79).
Algumas bases bíblicas, utilizadas por praticantes deste estilo: a pregação de Pedro, na festa de Pentecostes em At 2, onde três mil judeus creram no Evangelho e foram batizados. Outro trecho usado é a exortação de Paulo a Timóteo em 2Tm 4:2. Esta passagem mostra um outro objetivo do culto avivado : motivar os cristãos a viverem uma vida séria com Deus, tendo autoridade para testemunhar de Cristo aos outros.
d) O CULTO DE LOUVOR E ADORAÇÃO
Este é um estilo de culto vivo, informal e com muita música tocada e cantada, no qual a congregação busca ativamente a presença de Deus. O tempo de adoração através da música, muitas vezes é maior do que o da pregação da Palavra.
“Baseia-se em três constantes: um clima festivo, senso de intimidade com Deus e participação ativa. O primeiro item pode ser visto no entusiasmo e na alegria que transbordam desses cultos.
Celebra a presença de um terno Pai celestial, um Jesus vitorioso e um Espírito Santo poderoso.
O encontro intimo é o segundo dos três pilares deste estilo. Os adoradores têm uma profunda consciência da presença divina, pelo impacto espiritual e emocional da música, das orações, do testemunho e do sermão.
Por último, vemos que esse estilo concede bastante liberdade aos adoradores, para reagirem ao mover do Espírito de Deus. (…) Essas manifestações da congregação, fazem com que ela creia que está participando no diálogo e nos eventos do culto e verdadeiramente adorando a Deus em espírito e em verdade”. (Op. cit., pág. 90).
Algumas bases bíblicas, utilizadas por praticantes deste estilo: Sl 47:1; Sl 62:8; Sl 63:4; Ef 2:19; 1Tm 2:8
e) O CULTO FACILITADOR
O culto facilitador é um culto evangelístico, breve e alegre, criado especialmente para os interessados no Evangelho. Não é um culto feito para cristãos. Seu propósito é apresentar o Evangelho numa linguagem não- religiosa e não-tradicional.
Algumas vezes é feita uma “ponte de interesse”, que pode ser uma palestra sobre tema da atualidade, uma peça de teatro com princípios cristãos, uma noite cultural com orquestra ou coral, um jantar comemorativo etc. Este encontro torna-se um ponto de contato, uma aproximação da pessoa que se pretende evangelizar. A abordagem desta pessoa, dependendo do amadurecimento do seu interesse em Jesus, poderá ser feita neste culto ou em um futuro encontro.
“A atitude informal e o estilo não-litúrgico escondem na verdade, o fato do culto ser extremamente planejado e estruturado pelos ministros, até mais do que em qualquer outro estilo”. (Op. cit., pág. 95).
Algumas bases bíblicas, utilizadas por praticantes deste estilo: a adaptação feita por Paulo em Atenas, onde ele prega sobre o “Deus desconhecido” At 17:16-34. Aos Coríntios, Paulo diz “fiz-me tudo para com todos, para de todos os modos, salvar alguns” 1Co 9:19-23.
CONCLUSÃO
Pudemos perceber a variedade de estilos, na atitude de cultuar a Deus. Cada um tem sua base bíblica e através dos tempos, aqueles que os praticam têm utilizado estas formas, com alegria em seus corações e com consciência de estarem apresentando o melhor que possuem ao Criador.
Certamente o nosso Deus, que é Senhor de cada pessoa que O cultua (mesmo que com diferentes estilos), quer nos ensinar uma lição: Ele aceita estas diferenças, encarando-as como parte da criatividade e do temperamento, próprios a cada ser que criou com tanto amor. Vamos imitar a Deus, entendendo e respeitando os diferentes estilos de culto.
(Extraido da Revista “Cultivando um Coração Adorador”, Sergio e Magali Leoto ,Ed. Z3 Ideias: www.z3ideias.com.br)
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