Vivemos no ritmo crescente das novas tecnologias. Entre as transformações causadas por elas, existem algumas rupturas entre as gerações. Há um novo cenário. As fórmulas antigas de relacionamento não funcionam mais. Definir a Juventude como “preguiçosa e alienada” é muito simplista e não resolve!
Não há como ficar passivo e indiferente diante desta realidade. Até nossos avós são obrigados a se envolverem com a tecnologia, pois recebem suas aposentadorias por meios digitais. O adolescente, que já nasceu neste novo tempo, é chamado “nativo digital”. É preciso aprender a viver no mundo em que seu filho vive – aliás seus pais, também estão nele!
As novas gerações possuem muita informação, mas pouca profundidade. Precisam adquirir o pensamento crítico-reflexivo – saber ouvir uma notícia, letra de música ou ideia nova, buscando ter uma opinião coerente sobre a situação. Não devem ser pessoas, que simplesmente absorvem o que ouvem sem refletir, como uma esponja, considerando “tudo normal”.
A geração dos adultos, com sua experiência de vida e conhecimento histórico da Humanidade, deve contribuir para que o jovem tenha mais argumentos, que o ajudem a decidir seu posicionamento com bom senso.
Jovens, por terem facilidade no acesso à informação e domínio da tecnologia, não podem desconsiderar o conhecimento vivenciado pelos adultos. Os mais velhos por sua vez, precisam ser humildes e aceitar a necessidade de se adaptarem a nova realidade, sendo menos resistentes e mais flexíveis ao que é “novo e diferente”.
Flexibilizar somente o que é possível!
Veja bem, NÃO estamos nos referindo a “valores éticos e morais” (é claro que sempre defenderemos os que são bíblicos) – a flexibilidade que deve existir é na “Comunicação” e no uso da “Tecnologia”. Quando agimos com esses cuidados, temos vida familiar mais saudável e equilibrada!
O distanciamento, falta de ajustes e em alguns casos até a ruptura no diálogo entre Pais e Filhos, fez com que grande parte desta geração, não assumisse devidamente suas responsabilidades. Criaram uma “morosidade” do desejo de autonomia, dependência emocional e até financeira em relação aos mais velhos. Gerou, o que os estudiosos do comportamento, denominaram de Filhos Cangurus (que não saem de perto das mães) e também de Síndrome de Peter Pan.
Esta “Síndrome”, apresenta jovens que não querem crescer, como na história do conto de fada. Insistem em permanecer infantilizados, com suas aventuras e traquinagens. Sem assumir a vida adulta, que implica em ter que sair da “Terra do Nunca” (onde os meninos nunca crescem) – não querem ir para a cidade, estudar, trabalhar, constituir uma família.
Superando a Crise
É preciso preparar uma geração de homens e mulheres que sejam adultos maduros e responsáveis.
Existem pais que têm agido de forma estranha: ao invés de criar seus filhos, para serem “independentes” (quando já tiverem idade para isso), tratam alguns deles como “crianças mimadas” – até mesmo quando já atingiram a maioridade, podendo caminhar para serem autônomos.
Não se trata de uma situação “temporária e/ou eventual” (como numa emergência, que assim o exija). Parece que desejam segurá-los “indefinidamente” nos lares de origem, retardando seu amadurecimento, que visa formarem suas próprias famílias…! Pais que gostam desta situação, sem perceber JÁ ESTÃO provocando problemas para si e para seus filhos.
As palavras do apóstolo Paulo, proferidas há tantos anos é um desafio para os nossos tempos:
“Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino”. (1Co 13.11).
Temos uma geração de jovens que precisa dos bons exemplos dos mais velhos – de sua experiência e referencial de vida, comprometida com os valores do Reino e da Justiça de Deus.
O futuro sempre nos trará gerações com características diferentes, que viverão grandes desafios de comunicação. Só que o ser humano, tem uma grande tendência de se afastar dos valores que Deus planejou para a família.
Algumas dicas para uma nova forma de relacionamento entre os Juventude e os Adultos, nestes novos tempos:
a) Maneira Horizontal:
Explique o que quer, levando em consideração a sugestão do outro. Não haja como quem dá uma ordem “de cima para baixo”, mas sim horizontalmente, ouvindo a pessoa. Com autoridade, mas sem autoritarismo. Com clareza da informação, descrevendo bem o que deseja. Sem ameaças ou coerção: “Faça porque eu estou mandando! Faça por que senão você vai ver o que acontece!”. Afinal, você não está lidando mais com uma criança.
b) Inclusão:
Os mais jovens, agora querem ser tratados como parte do time da família, querem ser ouvidos e respeitados em suas opiniões e ideias. Desejam dar sugestões nas soluções nos problemas da família.
c) Empatia:
É preciso mais compreensão pelas diferentes ideias e visões de mundo. Entender que “pensar diferente” não é sinônimo de falta de amor, desrespeito ou rebeldia.
d) Reconhecimento:
Elogiar quando o outro fez algo positivo. Reconhecer o que se fez de bom e não só apontar as falhas. Mostrar alternativas para melhorar a ideia.
Precisamos ser persistentes. Instruir e vivenciar em nossos lares, os propósitos ensinados pelo Senhor, na Bíblia. Cada membro da família deve cumprir seu papel, sem perder a sua identidade.
Os Pais, devem procurar manter uma vida saudável e responsável diante dos filhos. Por sua vez os filhos, devem retribuir o bem recebido, num tratamento de honra e respeito, mesmo quando houver discordâncias (Efésios 6.1-4).
A família de hoje, deve aprender a “viver em conciliação” – extraindo o que cada um tem de melhor, vencendo o desafio nosso de cada dia: “Como andarão dois juntos se não houver entre eles acordo?” Amós 3.3.
A pergunta que devemos nos fazer TODOS os dias (até Jesus voltar): Estamos fazendo a nossa parte, preparando uma geração de homens e mulheres, que sejam adultos maduros e responsáveis?
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Autores: Sergio e Magali Leoto
Ministério Fortalecendo a Família