Amizade é algo que se conquista. É um processo que leva tempo. Precisamos desenvolver vínculos, para que a afeição aumente. O primeiro vínculo que o bebê faz é com a mãe, em seguida com o pai. Numa interação sadia e de boa convivência, essa amizade vai sendo construída desde a infância. Só que nem sempre é isso que acontece.
Trazemos em nossa bagagem, a maneira como fomos educados, nossas limitações de temperamento, de tempo e as dúvidas de como proceder, em nosso relacionamento entre pais e filhos.
Há um velho ditado que diz: “quem ouve as ‘abobrinhas’ dos filhos, mais tarde poderá ouvir os seus ‘abacaxis’”. Isto quer dizer: para ganhar a amizade do seu filho, muitas vezes terá que ouvir histórias que você julga banais e com um conteúdo aparentemente raso (as brigas com amigos, perda de namorado(a), resultado do jogo na escola, etc).
Assim, quando tiver uma crise (existencial ou espiritual) muito profunda, ele poderá se abrir com você. Contará algo que está no fundo do seu coração, pois terá a certeza de não ser ridicularizado, mas acolhido. Justamente porque você lhe deu atenção, quando ele contou eventos que eram ‘simples’. Consequência: você ganhou a confiança do seu filho!
A geração denominada de “Millennials” (nascidos após 1980 até meados da década de 1990, sendo sucedida pela geração Z), possui uma nova forma de se relacionar. Eles não querem uma convivência hierarquizada, de cima para baixo. Desejam um contato horizontal, sem ameaças e coerção. As explicações devem ser feitas, tipo “olho no olho” e com abertura para o diálogo. Eles não veem isto como forma de “rebeldia”, mas principalmente como o “respeito” de ouvirem e também serem ouvidos. As próximas gerações, seguirão este mesmo entendimento.
Isso muda a maneira de como os pais devem fazer vínculo com seus filhos! As fórmulas antigas de relacionamento não funcionam mais. É preciso conhecer e aprender a viver no mundo que seu filho vive. Aliás, os pais também estão no mesmo mundo!
Amizade com os filhos das novas gerações, deve ser conquistada a partir da infância. Desta forma, quando o distanciamento natural acontecer (a partir da adolescência), os pais terão maiores possibilidades de que o vínculo já conquistado, não se quebre. Pais que buscaram um engajamento anterior e ainda mantiveram comunicação mais próxima com seus filhos, terão grandes chances de conservar esta amizade. Esta é uma “lição de casa”, no relacionamento com os filhos, que mães e pais deverão procurar fazer!
Como conquistar a amizade do seu filho?
Os filhos querem ser respeitados e ouvidos em suas opiniões. Isso vai além de serem compreendidos pelas diferentes ideias e visões de mundo. Se quando pequenos eles já viveram um clima favorável, na adolescência, juventude e até na sua vida adulta, terão em seus pais a confiança necessária, para continuarem desenvolvendo esta amizade.
Teremos muitas vezes como adultos, que dar limites aos nossos filhos, dizendo-lhes “Não!”. Esta nova geração, até aceita as negativas dos pais – mas eles querem “entender o porquê” de não poderem fazê-lo. Dependendo da idade deles, nós pais devemos nos preparar muito bem para as respostas. Eles são a “geração Google”, que procura explicações desde a infância. Os pais que conseguirem dizer o “Não!”, da forma mais sensata possível, ganharão pontos em desenvolver a amizade com seus filhos.
São necessárias algumas precauções, para uma boa convivência. Veja algumas dicas do que NÃO FAZER no diálogo com seus filhos:
– Autoritarismo: “Faça porque estou mandando!” (explique a ordem, para que ele não obedeça por “medo”, mas por entender o princípio).
– Ameaçar: “Um dia você vai ver só”, “Ai de você se fizer isso de novo”.
– Envergonhar: “Você não tem vergonha do que fez? Você é muito mau!”.
– Explodir em rejeição: “Eu o odeio! Saia daqui, não quero mais saber de você”.
– Acusar sem investigar: “Você viu o que fez com seu irmão? Olha como ele ficou, coitadinho!”
– Retirada do afeto: “Não faça isso porque eu vou ficar triste!”; “Gosto cada vez menos de você!”.
Você conquistará a amizade do seu filho, buscando ser um pai e uma mãe equilibrados, coerentes, firmes nas suas convicções e valores. Sendo claros em suas ordens, colocando limites ponderados e principalmente, tendo uma vida coerente: o que se fala, é o que se vive.
Claro que devemos tentar praticar isso, “a maior parte do tempo”. Existirão momentos que não vamos conseguir. Vamos falhar ou por alguma razão chegamos a “explodir”. Caso isto aconteça, peça perdão pelas falhas cometidas. Pais podem ganhar muitos pontos, no relacionamento com os filhos, quando humildemente lhes pedem perdão. Ser pai e mãe, é algo que se aprende. Ninguém é perfeito e nem nasce sabendo.
A Bíblia nos orienta e quando precisamos de sabedoria, pedimos a Deus e Ele nos dá (Tiago 1:5). Quantas vezes, estivemos em situações difíceis na infância ou adolescência, com nossa filha Jessica, em que não sabíamos como lidar ou como lhe dar uma resposta! Buscávamos em Deus, com oração, em Sua Palavra ou lendo bons livros, uma boa solução para um problema. E Deus com Sua graça e bondade nos iluminava.
Faça este propósito de caminhar para adquirir ou conservar uma boa amizade com seu filho. Dá trabalho, mas vai valer a pena! É o melhor tesouro que podemos ter e o maior presente que você pode dar a ele.
Sergio e Magali Leoto – escritores e palestrantes. www.sergioemagalileoto.com.br
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