Existe uma crença de que o “casal que se ama não briga”. Só que as discussões, muitas vezes são inevitáveis! Já que existem, temos de fazer bom uso delas! Se concordarmos com essa premissa, o espaço em que se dá o relacionamento deixará de ser um ringue, para ser um lugar de crescimento e aprendizagem.
Infelizmente, a maior parte das brigas é inútil. Prejudicam não só o relacionamento, mas também a própria pessoa e as demais que estão ao redor ou convivem no mesmo ambiente.
Nesses casos, as discussões são perigosas e destrutivas, pois neutralizam o afeto e produzem marcas que geram mágoas e ressentimentos, deteriorando a convivência.
A briga é prejudicial quando os objetivos são:
• Atacar, defender-se e justificar-se.
• Despejar queixas e frustrações acumuladas.
• Expressar acusações, e não sentimentos.
• Fazer apenas críticas destrutivas.
• Contra-argumentar, em vez de ouvir o que o outro tem a dizer.
• Interromper quando o outro fala.
• Usar de gritos, gestos obscenos e xingamentos.
• Persuadir o outro a aceitar sua opinião com manipulações.
Enfim, há uma lista enorme de aspectos negativos. A Bíblia compara tais comportamentos manifestados em nós como “obras da carne”, como lemos em Gálatas 5.19-21:
“Quando seguem os desejos da natureza humana, os resultados são extremamente claros: imoralidade sexual, impureza, sensualidade, idolatria, feitiçaria, hostilidade, discórdias, ciúmes, acessos de raiva, ambições egoístas, dissensões, divisões, inveja, bebedeiras, festanças desregradas e outros pecados semelhantes”.
As pessoas compulsivas, que brigam por qualquer razão, são descontroladas, explosivas e facilmente podem partir para a violência física ou verbal. Quanto a esse aspecto é necessário tomar algumas atitudes.
A primeira providência é orar
Trata-se de pedir a Deus que mostre se essa ira tem origem em um problema espiritual. Muitas vezes, o descontrole existe quando alguém está com uma atitude errada, uma vida dupla ou fora da vontade de Deus. Para não ser questionada ou descoberta, a pessoa tem ataques nervosos, agride verbalmente e assim por diante.
O antídoto é confessar seus pecados a Deus e à pessoa envolvida, para ficar em paz com o Senhor, consigo mesmo e com o outro: “Mas, se confessamos nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1.9).
Pedir o discernimento de Deus
Existem situações espirituais mais graves, em que Deus precisa nos dar seu discernimento — quando há uma opressão satânica ou talvez, até possessão demoníaca (no caso do cônjuge ainda não ter entregado sua vida a Jesus).
O apóstolo Pedro nos adverte: “Estejam atentos! Tomem cuidado com seu grande inimigo, o diabo, que anda como um leão rugindo à sua volta, à procura de alguém para devorar” (1Pe 5.8). Sabemos que estamos em luta constante e que precisamos estar alerta.
Como diz Paulo, nossa luta não é apenas contra nossa carne e nossos desejos mais sórdidos, mas contra as forças espirituais do mal, que querem nos destruir — e isso inclui nossos relacionamentos:
“Pois nós não lutamos contra inimigos de carne e sangue, mas contra governantes e autoridades do mundo invisível, contra grandes poderes neste mundo de trevas e contra espíritos malignos nas esferas celestiais” (Ef 6.12).
Buscar auxílio médico e/ou psicológico
Outra hipótese que não podemos descartar é verificar se há um problema na área médica (e/ou psicológica). Alguns medicamentos que a pessoa toma regularmente, podem ter efeitos colaterais e deixá-la com mau humor, descontrole emocional, irritação, entre outros sintomas. Caso sejam frequentes, é necessário verificar com seu médico se alguma substância da medicação está interferindo no sistema nervoso.
Essas reações também são encontradas em pessoas que foram viciadas em drogas ou ainda estão em recuperação. Além desses, os alcoólatras também podem apresentar características de explosões emocionais.
Tais casos devem ser igualmente avaliados por um médico, que dará as orientações necessárias para uma boa qualidade de vida e, consequentemente, para uma melhoria nos relacionamentos com os outros.
A avaliação médica, poderá ser suficiente e resolver o problema; entretanto, em muitos casos há o encaminhamento para profissionais da área psicológica e psiquiátrica. A medicina tem muitas especialidades e cada uma delas, aprofunda-se em sua área.
O setor médico que investiga a mente humana é a Psiquiatria. Só o psiquiatra pode concluir o diagnóstico e trabalhar em conjunto com um Psicólogo, visando a volta ao equilíbrio do paciente.
Deus pode transformar a situação de diversas formas – e MUITAS vezes o Senhor resolve o problema, dando da Sua Sabedoria aos médicos, psicólogos e psiquiatras.
Agora analise as SUAS brigas de casal: elas têm sido saudáveis e produtivas ou estão sendo prejudiciais? Caso estejam neste último caso, busque ajuda de um conselheiro conjugal (pastor ou psicólogo) agora mesmo!
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Autores: Sergio e Magali Leoto
Texto base: Cap.10, livro “Vivendo e Aprendendo a Brigar”, Ed. Mundo Cristão